A diminuição da massa muscular é uma condição prevalente em pacientes com cancro.
Esta diminuição da massa muscular pode estar associada a vários fatores, nomeadamente ao sedentarismo e inatividade associada à doença, assim como aos tratamentos.
Podemos então falar de sarcopénia ou de caquexia associada ao cancro, dependendo do estadio da doença e/ou do nível em que essa perda de massa muscular se encontra.
Por norma, o termo sarcopenia é utilizado como uma componente da síndrome da fragilidade que se refere à perda degenerativa da massa muscular esquelética, qualidade e força associada com envelhecimento. No entanto, este termo pode também ser utilizado numa fase inicial da perda da massa muscular associada ao cancro.
Numa fase mais avançada da doença, os pacientes de cancro podem entrar num estado de caquexia. A caquexia é definida como uma síndrome metabólica complexa associada a doenças subjacentes, geralmente insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crónica e cancro. É caracterizada por perda muscular com ou sem perda de massa gorda. É um transtorno debilitante que está associado a anorexia, inflamação, resistência à insulina e aumento da degradação de proteínas musculares.
Papel do Exercício Físico no Controlo e Melhoria da Massa Muscular no Doente Oncológico
Os pacientes de cancro apresentam grande diminuição da capacidade e função física, durante e após os tratamentos. Muito deste declínio funcional acontece devido à perda acentuada da massa muscular (sarcopénia/caquexia).
Desta forma, o exercício físico representa a intervenção mais eficaz contra a perda de massa muscular, podendo ser considerado uma estratégia não farmacológica eficaz no controlo e na melhoria da sarcopénia e caquexia associada ao cancro e tendo um papel fundamental no controlo e melhoria da massa muscular, nomeadamente através do treino de força para a prevenção do declínio e/ou ganhos na força muscular.
A prática de exercício vai intervir efetivamente na redução dos sintomas, na prevenção e compensação do declínio funcional, na otimização da mobilidade e da funcionalidade, contribuindo para que os doentes permaneçam fisicamente mais independentes, de modo a conseguirem executar as suas tarefas diárias com mais facilidade.
Para além do exercício, existem mais dois fatores importantes para a melhoria da massa muscular. Uma alimentação adequada que contemple proteínas de alto valor biológico e o sono, também são essenciais para ajudar no processo de reconstrução muscular e consequente crescimento muscular, pois muito deste processo de regeneração é gerado por hormonas libertadas durante o sono (GH- hormona do crescimento). Exercício físico, alimentação e um sono reparador, são os 3 elementos chave para ganhar massa muscular.
Para ajudar neste processo, é essencial que os pacientes recorram à ajuda de profissionais em exercício físico para prescrição de um treino adequado com foco no objetivo de promover uma melhoria da força e da funcionalidade de uma forma orientada e mais eficaz, evitando lesões, assim como de um(a) nutricionista para prescrever uma dieta focada no ganho de massa muscular.